São Germano, bispo de Paris

São Germano, bispo de Paris

Pelo ano de 555, foi eleito Bispo de Paris um homem semelhante aos apóstolos em virtudes e milagres. Era São Germano, então abade de Saint-Symphorien d’Autum. Descendia de honesta família do território de Autun. Seu pai chamava-se Eleutério e sua mãe Eusébia. Quase morreu, ao nascer. A mãe, envergonhada de ter tão depressa outra criança, procurou fazê-la perecer no seio: Deus não permitiu se consumasse o intento. Educado em sua infância em Avallon, em casa de suas parentas, correu risco semelhante. A mulher perversa, para apoderar-se de sua herança, resolveu dar-lhe veneno. Havendo-o preparado, mandou que a criada o desse a São Germano. Mas a doméstica equivocou-se, dando o copo de vinho a Germano e o copo de veneno a outra criança, Estratídio, que não morreu, mas contraiu longa enfermidade.

Livre desses perigos, Germano retirou-se para Lazi, em casa de um santo sacerdote seu parente, que lhe plantou na alma as primeiras sementes da virtude. Ali permaneceu quinze anos, quando Santo Agripino o ordenou diácono, e em seguida sacerdote, três anos após. Enfim, São Nectário, bispo da mesma cidade, em atenção à sua sabedoria e piedade, fê-lo abade do mosteiro de São Simporiano.

Milagres de São Germano

Sua abstinência era grande; mas a virtude principal era a compaixão pelos infelizes. Um dia, deu aos pobres todo o pão que tinha no mosteiro. Os monges, nada encontrando para eles mesmos, puseram-se a murmurar. Ele fechou-se em sua cela e chorou amargamente. Sua oração ainda não havia terminado, quando viram chegar à porta dois cavalos carregados de pão, que uma piedosa dama enviava de esmola, seguidos no outro dia por um carro de previsões. Deus concedeu, desde então, ao santo o dom da profecia e dos milagres. Em Châlons, onde fora encontrar o rei Teodoberto da Austrásia, em favor das vilas da igreja de Autun, predisse a este príncipe que morreria brevemente e lhe marcou o dia. O rei morreu pouco após, quando regressava a Reims.

São Germano dirigiu-se ao rei Childeberto, por uma causa semelhante, quando foi eleito Bispo de Paris, pelo ano de 555. Nessa nova dignidade, os milagres aumentaram na proporção das virtudes. Uns e outros são atestados por um autor contemporâneo, Fortunato, bispo de Poitiers, testemunha ocular de renome, e que escreveu a vida do santo em verso e em prosa. O santo Bispo de Paris morreu em 28 de Maio de 576, e foi enterrado, como havia ordenado, na capela de São Sinforiano, localizada embaixo da igreja de São Vicente. Com o tempo, a igreja tomou o nome de Saint-Germain des Prés.

Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume IX, p. 267-268.

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