Memória de São Luis Maria Grignion de Montfort – 28/04
A memória deste grande santo nos leva a crer que realmente a graça de Deus é incalculável!
São Luis maria escreveu o famoso livro O TRATADO DA VERDADEIRA DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA (Preparação ao Reino de Jesus Cristo). Milhões de pessoas no mundo todo se consagra, à nossa senhora através deste método maravilhoso e entregam a ela suas vidas, para viver o sobrenatural de Deus!
Olhemos um pouco mais de perto para a vida de S. Luís, a fim de entender que pode nos inspirar não somente o que ele escreveu, mas também o que ele viveu.
Família: S. Luís nasceu em uma família numerosa. Foi o segundo de dezoito irmãos e quis consagrar-se a Deus como sacerdote.
Formação:Depois de ter estudado num colégio dos jesuítas em Rennes, saiu como andarilho e foi até Paris, onde entrou num seminário para rapazes pobres. Ele formou-se sacerdote e desde cedo abraçou pessoalmente a pobreza radical. É interessante notar isso, porque S. Luís era padre diocesano, ou seja, não pertencia a nenhuma ordem religiosa nem tinha nenhum voto solene. No entanto, ele fizera um voto pessoal de viver a pobreza radicalmente. De fato, ele viveu tão pobre, tão pobre, que até os pobres tinham compaixão dele, tão pobrezinho ele era na forma de vestir, na forma de portar-se.
Testemunho de vida: Um dia, S. Luís foi a uma espécie de hospital-albergue para pobres. Lá, pôs-se a esperar antes de cumprir um compromisso. Ele ficou quatro horas na capela rezando, horas que lhe passaram muito rapidamente, mas os pobres, vendo a figura daquele sacerdote maltrapilho, resolveram pedir-lhe que se tornasse capelão do hospital — afinal, ele parecia já muito santo —, por isso resolveram fazer uma “vaquinha” para ajudá-lo. Pobres dando esmola a um padre, tão pobre ele era!
A fúria do maligno: S. Luís foi perseguido desde o início por causa de sua santidade. Quando uma alma é santa, sem precisar fazer nada contra ninguém, mas apenas por incomodar o diabo, logo arranja muitos perseguidores. Tão logo conseguia uma missão num hospital de pobres, era tirado de lá; mandavam-no a outro lugar, mas de lá também o expulsavam…
Audiência com o papa: Por isso, ele decidiu entregar-se a Deus como missionário no exterior. Resolveu assim ir a Roma, saindo da França a pé. Era uma característica de S. Luís: ele passou a vida inteira andando a pé. Fazia parte do seu voto de pobreza.
Em Roma, conseguiu uma audiência com o Papa quase por milagre e disse ao Pontífice: “Quero ser missionário nas Américas”. O Papa respondeu-lhe: “Não é preciso ir tão longe. A França necessita de missionários”. Ele então foi nomeado pelo Papa Clemente XI missionário apostólico, a fim de poder pregar na França, com seu estilo de muita oração, de muito recolhimento e também de um ardor apostólico enorme.
O chamado de Deus: Era uma característica de S. Luís. Ele mesmo diz em seus escritos sentir um chamado ao escondimento e, ao mesmo tempo, à entrega apostólica, à missão de levar o catecismo para todo o mundo e de levar todo o mundo à vida de oração, à vida com Deus.
Parece contraditório, mas não o é; é a própria essência da vida sacerdotal.
Quando Jesus escolheu os Apóstolos, disse-lhes primeiro: “Vinde estar comigo” no escondimento, na vida interior, e só depois “Ide”, isto é, “Sede missionários” para trazer as pessoas para Deus.
Uma prova de grande amor: Um dia, S. Luís estava pregando com um grupo de missionários e encontrou um leproso. Ele pegou o leproso, carregou-o nos braços e foi bater à porta da casa em que estavam hospedados os outros missionários. Como encontrasse a porta fechada, começou a berrar e gritar de fora: “Abri a porta para Cristo! Abri a porta para Cristo!” Era o leproso que ele trazia no colo! Naquela noite, o leproso dormiu na cama do santo. Esse era o homem! Eis o quilate do varão apostólico que se entrega a Deus!
Curiosidades: Ele também era — coisa que pouca gente sabe — um artista, fazia esculturas, desenhava etc. Era a forma de mostrar seu carinho a Nossa Senhora. Exatamente por seu talento, S. Luís sabia que o povo precisava de imagens. Há inclusive uma famosa história a esse respeito.
Lição de obediência: Certa feita, S. Luís quis construir um Calvário perto da cidade de Nantes. Ele mandou preparar o cenário. Depois de meses e meses de trabalho, no alto de uma montanha ergue-se por fim a cruz de Jesus, Nossa Senhora ao pé dele, S. João ao lado, o bom e o mau ladrão: todos os personagens estavam lá.
Finalmente, chegou o dia de o bispo de Nantes vir abençoar o Calvário. O bispo, porém, respondeu que não só não iria abençoar como tudo aquilo deveria ser desmontado. Perplexo, S. Luís partiu a pé até Nantes. Às seis da manhã, lá estava ele, na porta do bispo, para saber o que havia ocorrido. Descobriu que o próprio Luís XIV mandara destruir o Calvário. Por quê? Porque alguém — o diabo é o pai da mentira! — tinha convencido o rei de que o Calvário serviria de abrigo e fortaleza para os ingleses quando invadissem a França. Um despropósito! Apesar da injustiça, S. Luís voltou a pé. Chegando à cidade, disse aos fiéis: “Meus filhos, quisemos construir um Calvário no topo da colina, mas Deus quis construí-lo em nossos corações. Desmontemos tudo”.
Lição de vida: É a docilidade e a obediência de um homem entregue a Deus. Assim ele vivia a sabedoria da cruz. Aliás, pouca gente sabe que a devoção de S. Luís a Nossa Senhora tinha por finalidade adquirir a verdadeira sabedoria.
E o que é a sabedoria? A Sabedoria, a Sabedoria encarnada, é Jesus; mas a sabedoria em nossas almas é um dom do Espírito Santo em virtude do qual, revestidos de verdadeira caridade, aprendemos a saborear a cruz de Cristo, por compreendermos que na cruz existe um desígnio salvador, um desígnio de santidade. Por que nos consagramos a Nossa Senhora, segundo S. Luís? A fim de adquirir a verdadeira sabedoria, ou seja, para que nós, verdadeiramente configurados ao Coração de Nossa Senhora, nos configuremos ao de Jesus. Poderíamos dizer que toda devoção, para S. Luís, consiste em adorar Jesus, Sabedoria encarnada, no ventre de Nossa Senhora, no seio de Nossa Senhora, no Coração de Nossa Senhora.
É adorar Jesus em Maria. Essa foi uma das notas dominantes da espiritualidade dele, bebida dos sulpicianos, do padre Olier — a grande devoção à Encarnação do Verbo. Essa foi a vida de São Luís, um incentivo a que nós aprendamos como o amor, como a caridade para com Deus, leva um homem a tornar-se grande missionário, grande apóstolo, grande pregador apostólico, que dá a própria vida pelo resgate de muitos.
Posteridade: A característica própria a Luís Maria, e pela qual é um autêntico bretão, é sua tenacidade perseverante em perseguir o santo ideal, o único ideal de sua vida: ganhar os homens para dá-los a Deus.
Na busca desse ideal, ele lançou mão de todos os recursos que poderia receber da natureza e da graça, de modo que pôde ser verdadeiramente, em todos os campos, o apóstolo do Oeste da França. […] A caridade: eis o grande, ou mesmo o único segredo dos resultados surpreendentes da vida tão breve, tão
múltipla e movimentada de Luís Maria Grignion de Montfort.
A cruz de Jesus, a Mãe de Jesus: os dois polos de sua vida pessoal e de seu apostolado. E eis como essa vida, em sua brevidade, foi plena; como esse apostolado, exercido durante apenas doze anos, se perpetua já há mais de dois séculos e se estende sobre muitas regiões! O fato é que a Sabedoria, à qual ele se entregou, fez frutificar seus labores, coroou seus trabalhos, que a morte certamente não interrompeu.
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Sobre o Tratado: Certamente o maior e mais ilustre devoto da Virgem Maria que seguiu as práticas de devoção propostas neste Tratado foi São João Paulo II, que consagrou seu pontificado inteiramente a Maria e cujo lema foi Totus Tuus, o qual se encontra representado em seu brasão. Em 1994, João Paulo II assim referiu-se a esse lema, que marcou profundamente não apenas seu pontificado, mas também seu magistério e apostolado: Totus tuus.
Esta fórmula não tem apenas um caráter de piedade, não é uma simples expressão de devoção: é algo mais. A orientação para tal devoção se afirmou em mim no período em que, durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhava como operário de uma fábrica. Num primeiro momento, pareceu-me que deveria distanciar-me um pouco da devoção mariana da infância, em favor do cristocentrismo. Graças a São Luís Maria Grignion de Montfort, compreendi que a verdadeira devoção à
Mãe de Deus é, ao contrário, exatamente cristocêntrica, ou seja, está profundissimamente radicada no Mistério trinitário de Deus, e nos mistérios da Encarnação e da Redenção.
Tendo descoberto a verdadeira devoção a Maria por meio deste Tratado e tendo se tornado um perfeito devoto de Maria já antes de ocupar a cátedra de Pedro, João Paulo II inicia seu Testamento espiritual, escrito originalmente em polonês e datado de 6 de março de 1979, com as palavras Totus tuus ego sum. Invocando o nome da Santíssima Trindade e citando Mt 24,42, trecho no qual Jesus convida os discípulos a orar e vigiar, pois não sabemos o dia nem a hora de sua vinda, o Santo Padre afirma que, também ele não sabendo a hora de sua passagem para a eternidade, “deposito esse momento nas mãos da Mãe do meu
Senhor: Totus tuus. Nas mesmas mãos maternais deixo tudo e todos aqueles aos quais fui associado por minha vida e minha vocação. Nessas mãos coloco sobretudo a Igreja, como também minha nação e toda a humanidade”
Não nos resta dúvidas, todos os santos foram e são devotos da Santíssima Mãe de
Deus e humildemente obedecem a Jesus Cristo imutando-o em sua vida pois que Ele mesmo foi submisso à sua mãe.
Que ao celebrar São Luis Grignion, nos enchamos do mais puro amor à Cristo, à Cruz e à Santíssima Mãe!
Oração a Jesus de São Luís Maria Grignion de Montfort
Meu Amável Jesus, permiti que eu me dirija a Vós, para Vos testemunhar o reconhecimento pela graça que me tendes feito, dando-me a vossa Santa Mãe pela devoção da escravidão, para ser minha advogada junto à vossa majestade e o complemento universal da minha grande miséria. Infeliz de mim, Senhor, que sou tão miserável que, sem esta boa Mãe, estaria infalivelmente perdido. Sim, em tudo Maria me é necessária junto de Vós: necessária para Vos aplacar em vossa justa cólera, pois vos tenho ofendido tanto, todos os dias; necessária, para sustar os castigos eternos de vossa justiça, que mereço; necessária, para Vos olhar, para Vos falar, Vos pedir, Vos tornar propício e Vos agradar; necessária, para salvar a minha alma e as dos outros; necessária, em uma palavra, para fazer sempre a vossa santa vontade e buscar em tudo a vossa maior glória.
Ah! Se eu pudesse publicar pelo universo esta misericórdia que tivestes comigo; se todo o mundo soubesse que, sem Maria, eu já estaria condenado; se eu pudesse dar dignas ações de graças por tão grande benefício! Maria está em mim, haec facta est mihi. Oh! Que tesouro! Que consolação! E, depois disto, não me entregaria eu todo a Ela? Oh! Que ingratidão, meu caro Salvador! Antes morrer do que esta desgraça! Prefiro morrer a viver sem ser todo de Maria.
Mil e mil vezes A tomei por todo o meu bem, como São João Evangelista ao pé da cruz, e outras tantas vezes me entreguei a Ela. Mas, meu bom Jesus, se ainda não o fiz conforme os vossos desejos, faço-o agora como quereis que o faça. Se vedes alguma coisa em minha alma e meu corpo que não pertença a esta augusta Princesa, peço-Vos arrancá-la e jogá-la longe, porque tudo que não pertence a Maria é indigno de Vós.
Ó Espírito Santo, concedei-me todas estas graças; e plantai, orvalhai e cultivai em minha alma a amável Maria, que é a árvore de vida verdadeira, a fim de que cresça, floresça e dê fruto de vida em abundância. Ó Espírito Santo, dai-me uma grande devoção e uma grande predileção por vossa Esposa divina, um grande apoio em seu seio de mãe e um recurso contínuo em sua misericórdia, para que nela formeis em mim Jesus Cristo ao vivo, grande e poderoso, até a plenitude de sua idade perfeita.
Assim seja.
AMÉM…
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