Nossa Senhora do Carmo – 16/07 – Santo do Dia
Uma história cheia de significados bíblicos, de amor e união do Senhor Deus com seu povo!
Que Nossa Senhora do Carmo venha doce e mansa habitar os nossos corações.
A história de Nossa Senhora do Carmo e os carmelitas
Os Carmelitas contemplam aquela que é o ideal de vida carmelita, a Virgem Maria, a quem invocam com o doce título de Senhora do Carmo, recordando o Monte do Carmo, sítio privilegiado onde nasceu a família carmelita.
Quando em 1191 Ricardo I reconquista a Terra Santa, um sem número de cristãos, esquecendo a Europa fixam-se nos Lugares Santos, sobretudo em locais de tradição bíblica. O Monte Carmelo com o seu silêncio, as suas águas vivas, o encanto da vegetação, a vista deliciosa sobre o mar, a solidão que apelava para Deus atraíram muitos desses homens para a beleza deste Monte.
Recordavam-se daquela frase do profeta Jeremias que dizia: “Levar-vos-ei ao Carmo onde saboreareis os seus deliciosos frutos”.
Recordavam-se do profeta Elias e da nuvenzinha pequenina e frágil que ele vira subir do mar, como símbolo de Maria e resolveram construir uma capela em honra de Nossa Senhora que passou a ser conhecida, desde o início, como a Senhora do Carmo.
Carmo quer dizer: jardim de Deus, vinha de Deus. Os carmelitas eram as flores do jardim cuidado e protegido por Maria, eram vinha preciosa que Maria diligente trabalhava para dar frutos admiráveis.
Mas, como o inimigo de Deus sempre tenta destruir as coisas mais sagradas, não foi diferente com os carmelitas que passaram por duras perseguições de dentro e fora da Igreja. Os muçulmanos e também outros povos atacaram tão friamente a ordem que foram obrigados a fugir para não serem mortos, e assim espalharam-se por toda Europa e até a América, chegando até nós.
A aparição de Nossa Senhora do Carmo
São Simão era um dos mais piedosos carmelitas que vivia na Inglaterra. Vendo a Ordem dos Carmelitas ser perseguida até estar prestes a ser eliminada da face da terra, sofria muito e pedia socorro a Nossa Senhora do Carmo.
Sua oração, que os carmelitas usam até hoje, foi a seguinte:
Flor do Carmelo, vide florida.
Esplendor do Céu.
Virgem Mãe incomparável.
Doce Mãe, mas sempre virgem.
Sede propícia aos carmelitas.
Ó Estrela do mar.
Então Maria Santíssima, rodeada de anjos, em 16 de Julho de 1251 apareceu para São Simão, entregou-lhe o Escapulário e lhe disse: “Recebe, meu filho muito amado, este escapulário de tua ordem, sinal do meu amor, privilégio para ti e para todos os carmelitas. Quem com ele morrer não se perderá. Eis aqui um sinal da minha aliança, salvação nos perigos, aliança de paz e amor eterno.”
A partir desse milagre, o escapulário passou a fazer parte do hábito dos carmelitas.
As confirmações de tão grande graça aconteceram em Lourdes e em Fátima:
. quando Bernardete viu Nossa Senhora várias vezes; a última aparição foi no dia de Nossa Senhora do Carmo, 16 de Julho de 1858. Bernardete declara ter visto nesse dia a Virgem “tão bela e gloriosa como nunca”.
. em Fátima, a última aparição, no dia 13 de Outubro de 1917, foi de Nossa Senhora do Carmo. A Ir. Lúcia diz que “por fim lhes apareceu Nossa Senhora do Carmo a abençoar o mundo” e imediatamente se deu o início do milagre do sol.
Milagre de Nossa Senhora do Carmo após a aparição
A partir da aparição de Nossa Senhora do Carmo a São Simão, a Ordem do Carmelo começou a florescer na Europa e em vários lugares do mundo, especialmente após a resposta do Papa que sete meses depois, numa carta com data de 13 de janeiro de 1252 declara a existência da Ordem dos Carmelitas legalmente e, além disso, autoriza os carmelitas a continuarem com a criação de mosteiros pela Europa. Depois disso, São Simão Stock promoveu uma grande mudança estrutural na Ordem. Esta, da forma de vida monástica oriental, para a forma vivida no Ocidente, dos frades mendicantes ou evangelizadores, chamados apostólicos e com a graça de Deus e as bençãos de Nossa Senhora do Carmo, permanecem firme até os dias de hoje.
O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo
A palavra escapulário, vem do latim, escápula, que significa armadura, proteção. O escapulário é uma forma de devoção a Maria Santíssima. O uso do escapulário é um sinal de confiança em Nossa Senhora do Carmo. A pessoa que o usa, é coberta com a proteção e as graças da Virgem Do Carmo.
O escapulário, segundo o Concilio do Vaticano II é um Sacramental, um sinal sagrado, obtendo efeitos de proteção da Igreja Católica. É uma realidade visível que nos conduz a Deus. Santa Tereza dizia que: portar o escapulário, era estar vestida com o hábito de Nossa Senhora.
O escapulário possui duas imagens: uma do Sagrado Coração de Jesus e a outra de Nossa Senhora. Além disso, tem um pedaço de tecido, que seria uma parte das vestes utilizadas pelos freis carmelitas. Com isso, o escapulário se torna uma vestimenta. Quem o usa, acaba vestindo o hábito carmelita. Há um jeito correto de usar: uma das imagens fica no peito e a outra nas costas, atrás do pescoço. Com o tempo, diversas congregações religiosas foram adaptando o escapulário com seus símbolos próprios, mas mantendo a essência da função do objeto de devoção.
A palavra escapulário surgiu a partir do latim scapula, que quer dizer “armadura” ou “proteção”, referente também à região do ombro e da escápula, osso localizado na região dos ombros e acima do tórax humano.
No início era usado apenas pelos consagrados carmelitas mas hoje, muitos leigos o utilizam devotamente.
Leia também o artigo: O ESCAPULÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CARMO
Muitos santos, depois da aparição de Nossa Senhora do Carmo se quiseram revestir do escapulário ou da medalha para melhor manifestarem o seu amor a Maria e assim serem por Ela protegidos: S. Cláudio de la Colombière, Santo Afonso Maria de Ligório, Santo António Maria Claret, o Santo Cura d’Ars, Santa Bernardete, S. João Bosco, S. Domingos Sávio, S. Gabriel das Dores e um inumerável número de santos. Para já não falar de todos os santos e santas carmelitas, sobretudo Santa Teresa de Jesus e S. João da Cruz que sentiam a maior glória em usar o hábito carmelita da Ordem de Nossa Senhora do Carmo.
Também os papas manifestaram o seu amor ao Escapulário do Carmo. João XXII, no séc. XIV promoveu esta devoção. Nos nossos dias, Leão XIII, Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II têm manifestado entusiasticamente o seu amor pelo Escapulário e pela devoção a Nossa Senhora do Carmo.
Também os nossos reis, sobretudo os da IV Dinastia, de quem há documentação, usaram o Escapulário e amavam Nossa Senhora do Carmo, a quem tinham muita devoção.
Giuliane Matos
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