Santa Maria Faustina Kowalska, apóstola da Divina Misericórdia

Santa Maria Faustina Kowalska, apóstola da Divina Misericórdia

Origens 

A mística da Misericórdia nasceu no dia 25 de agosto de 1905, em Glogowiec, na Polônia Central. Faustina foi a terceira dos dez filhos do casal Stanislaus e Marianna Kowalska, que os educaram com grande disciplina espiritual. Muito pobres, só foi possível à Faustina que completasse três anos de estudos. Ela e suas irmãs tinham apenas um bom vestido que tinham de revezar para ir às missas. Todas as irmãs iam à missa, mas cada uma assistia a uma missa diferente. Ela também trabalhou de doméstica por um tempo, antes de entrar no convento.

Juventude

Com 18 anos, a jovem Faustina disse à sua mãe que desejava ser religiosa, mas os pais não permitiram. Aos 19 anos, estava dançando em um baile, quando viu Jesus coberto de chagas parado junto a si, então, Ele lhe disse: “Até quando hei de ter paciência contigo? Até quando tu me enganarás?”. Faustina disfarçou o acontecido para que sua irmã não percebesse. Quando pôde, abandonou discretamente o baile e dirigiu-se até a Catedral de São Estanislau Kostka. Na Igreja, ela pediu ao Senhor, em oração profunda, que lhe mostrasse o caminho a ser seguido, logo escutou uma voz que lhe dizia: “Vá imediatamente a Varsóvia, lá entrarás em um convento”.

Ousadia de Santa Faustina para o encontro de Jesus

No outro dia, apenas com a roupa do corpo, decidiu sair de sua casa mesmo sem a permissão dos pais. Ela vagou de convento em convento sendo rejeitada por causa de sua baixa escolaridade e pobreza. Depois de várias semanas de busca, a Madre Superiora do convento das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia decidiu lhe dar uma chance com a condição de que pagasse pelo ingresso, o que a levou a trabalhar como doméstica por um ano, período em que fazia depósitos na conta do convento até que completasse o montante exigido.

Entrada no Convento

Em 30 de abril de 1926, aos 20 anos, ingressou no convento adotando o nome de Maria Faustina do Santíssimo Sacramento. O nome Faustina significa abençoada, afortunada e pode ser uma referência ao mártir cristão Faustinus. Segundo conta em seus diários, poucas semanas depois de seu ingresso no convento, teve a tentação de abandoná-lo.

Da quase saída do convento ao abandono em Deus

Chegou a procurar a Madre Superiora, porém, não encontrou-a, retirando-se então para seu dormitório. Lá teve uma visão de Jesus, com seu rosto desfigurado por conta das chagas. Ela questionou-o: “Jesus, quem te feriu tanto?”. Jesus respondeu: “Esta é a dor que me causarias se tivesses abandonado este convento. É para cá que eu te trouxe e não para outro; e tenho preparadas para ti muitas bênçãos”. Ela compreendeu que o plano de Deus para ela era que ficasse ali. O tempo que lhe sobrava dos trabalhos e obrigações passava-se em adoração ao Senhor culto no tabernáculo; d’Ele recebeu luzes especialíssimas sobre o mistério da Santíssima Trindade e as demais verdades da Fé, de forma que costumava dizer: “Ele é meu Mestre”.

Trabalhos no Convento

Neste convento, trabalhou na cozinha e como cuidadora de outras irmãs. Em abril de 1928, fez votos como freira, seus pais estiveram presentes na cerimônia. Um ano mais tarde, Faustina foi enviada a um convento de Vilnius, Lituânia, onde também trabalhou como cozinheira, ficou por pouco tempo, mas retornou ao local mais tarde, ocasião em que encontrou com Michał Sopoćko, que apoiou sua missão. Um ano depois de seu retorno de Vilnius, em maio de 1930, ela foi transferida para um convento em Płock, na Polônia, onde ficou por cerca de 5 anos.

A Primeira Revelação de Jesus 

Em 22 de fevereiro de 1931, Irmã Faustina relatou, em seus diários (diário I, sessões 47, 48 e 49), ter tido a primeira revelação de Jesus enquanto Rei da Divina Misericórdia em seu quarto. Segundo ela, Jesus apareceu vestido de branco e de seu coração emanava feixes de luz vermelho e branco.

O pedido de Jesus para Santa Faustina

Há 85 anos Jesus pediu à Santa Faustina que fosse pintado a Imagem da  Misericórdia Divina

Entre outras coisas, Jesus pediu-lhe que pintasse uma imagem sua, fiel à imagem que se mostrava a ela. A imagem deveria conter a inscrição: “Jesus, eu confio em vós”. Jesus manifestou a vontade de que esta imagem fosse venerada, primeiro, em sua capela, posteriormente, no mundo todo e solenemente no domingo que sucede ao domingo de Páscoa, Jesus ainda teria dito a ela que quem quer que venerasse tal imagem seria salvo. Por não saber pintar, Faustina solicitou ajuda das irmãs de seu convento, contudo, não recebeu nenhum auxílio.

O Livro de suas Visões 

Em 1933, ela começou a ser dirigida pelo Padre Sopoćko, que, ao ouvir suas experiências místicas, procurou submetê-la a avaliações psiquiátricas. Depois que a Dra. Helena Maciejewska deu o parecer de sanidade, padre Sopoćko teve confiança e começou a aconselhá-la. Pediu que escrevesse um diário para registrar as mensagens que recebia e conversas que tinha com Jesus, livro que se tornou mundialmente famoso e um verdadeiro guia espiritual para as almas.

 

CRISTO minha CERTEZA: GOTAS DE MISERICÓRDIA - Diário de Santa Faustina §811

Imagem da Divina Misericórdia

Faustina contou ao padre sobre a imagem da Divina Misericórdia, em janeiro de 1934, ele a apresentou ao artista plástico Eugene Kazimierowski, que finalizou a obra em junho desse mesmo ano. Entretanto, a imagem que tornou-se famosa no mundo inteiro foi realizada pelo pintor Adolf Hyła, feita em agradecimento pela salvação de sua família da guerra.

Terço da Divina Misericórdia

Faustina escreveu (n. 476) a respeito de uma visão envolvendo o Terço da Divina Misericórdia, o propósito das orações do terço são: obter misericórdia, confiar na misericórdia de Cristo e mostrar misericórdia para com os outros.

 

Revelação do Terço da Misericórdia

“No dia seguinte, na sexta-feira à noite, quando me encontrava na minha cela, vi o Anjo executor da ira de Deus. Estava vestido de branco, o rosto radiante e uma nuvem a seus pés. Da nuvem saíam trovões e relâmpagos para as suas mãos e delas só então atingiam a Terra. Quando vi esse sinal da ira de Deus, que deveria atingir a Terra, e especialmente um determinado lugar que não posso mencionar por motivos bem compreensíveis, comecei a pedir ao Anjo que se detivesse por alguns momentos, pois o mundo faria penitência. Mas o meu pedido de nada valeu perante a ira de Deus. E foi nesse instante que vi a Santíssima Trindade. A grandeza da Sua majestade transpassou-me profundamente e eu não ousava repetir a minha súplica. Porém, nesse mesmo momento senti em mim a força da graça de Jesus que reside na minha alma; e, quando me veio a consciência dessa graça, imediatamente fui arrebatada até o Trono de Deus. Oh! como é grande o nosso Senhor e Deus, e como é inconcebível a Sua santidade! E nem sequer vou tentar descrever essa grandeza, porque em breve todos O veremos como Ele é.

Comecei, então, suplicar a Deus pelo Mundo com palavras ouvidas interiormente. Quando assim rezava, vi a impossibilidade do Anjo em poder executar aquele justo castigo, merecido por causa dos pecados. Nunca tinha rezado com tanta força interior como naquela ocasião.(…) No dia seguinte pela manhã, quando entrei na nossa capela, ouvi interiormente estas palavras: Toda vez que entrares na capela, reza logo essa oração que te ensinei ontem. Quando rezei essa oração, ouvi na alma estas palavras: Essa oração serve para aplacar a Minha ira. Tu a recitarás por nove dias, por meio do Terço do Rosário, da seguinte maneira:

Primeiro dirás o “Pai Nosso”, a “Ave Maria” e o “Credo”. Depois, nas contas de Pai Nosso, dirás as seguintes palavras: “Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro”. Nas contas de Ave Maria rezarás as seguintes palavras: “Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.” No fim, rezarás três vezes estas palavras: “Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro“.(D. 474 e 476)

Eram tempos de grande turbulência na Europa e no mundo em geral, sob diversas perspectivas (sócio-econômica, política, militar, cultural), o que haveria de desembocar num terrível conflito de proporções mundiais; é oportuno lembrar que no ano seguinte (1936) a Alemanha iniciaria o seu expansionismo invadindo a Renânia, e também seria desencadeada a guerra civil espanhola, que provocaria a morte de 1 milhão de pessoas. Tende misericórdia do mundo inteiro, é o brado dirigido a Deus Pai que deve ecoar – ontem, hoje e sempre! – pelos quatro cantos da terra, a fim de que os seres humanos aprendam a viver no amor. Não foi fácil para Santa Faustina divulgar o Terço, mas aos poucos os obstáculos são vencidos:

“Quando disse à Madre Geral que o Senhor queria que a Congregação rezasse o Terço da Misericórdia para aplacar a ira de Deus, a Madre me respondeu que, por enquanto, não podia introduzir essas novas orações, não aprovadas, mas acrescentou: “A Irmã me dê esse terço, talvez em alguma adoração possa ser rezado. Logo veremos. Seria bom que o Padre Sopocko publicasse um livrinho com esse Terço, então seria mais fácil rezá-lo na Congregação, porque assim é um pouco difícil”” (D 752; cf. 851; 1255; 1299; 1379).

 

Festa da Divina Misericórdia

Também relatou (n. 1044) que teve uma visão na qual a Festa da Divina Misericórdia seria celebrada na sua capela local e seria assistida por uma multidão de fiéis; e que a mesma cerimônia também teria lugar em Roma e seria conduzida pelo Papa. Em 1937, Faustina recebeu uma mensagem de Jesus com instruções sobre a Novena da Divina Misericórdia. Esse ano foi marcado pela divulgação das mensagens da Divina Misericórdia, foram impressos os primeiros cartões com a imagem da Divina Misericórdia, também foi publicado um panfleto intitulado Cristo, o Rei da Misericórdia, que incluía o terço, a novena e a litania da Divina Misericórdia.

Páscoa 

Santa Faustina sofreu muito e por muitos anos com a tuberculose, os dez últimos anos de sua vida foram particularmente atrozes. No dia 5 de outubro de 1938, sussurrou à irmã enfermeira: “Hoje, o Senhor me receberá”. E assim aconteceu. Foi beatificada a 18 de abril de 1993, pelo Papa João Paulo II, Santa Faustina, a “Apóstola da Divina Misericórdia”; e foi canonizada pelo mesmo Sumo Pontífice no dia 30 de abril de 2000.

Dez frases de Jesus à santa Faustina

Minha oração

“ Querida apóstola da misericórdia, educai-nos para que vivamos da melhor maneira esse conselho evangélico, nele encontremos a misericórdia divina e sejamos misericordiosos com nossos irmãos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.”

 

Santa Maria Faustina Kowalska , rogai por nós!

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