Santo do Dia 31/01 – São João Bosco

O santo de hoje é um homem espetacular! Na simplicidade, pureza, mansidão de seus atos, ensinou a muito o verdadeiro amor e vivência da caridade fraterna. Começo a falar dele trazendo um sonho que teve, é uma revelação particular, mas nos ensina muito, leia com atenção:

 

O sonho de São João Bosco no inferno

Uma vez, São João Bosco teve um sonho significativo. O santo sonhou que estava no inferno, assistindo a uma reunião que os demônios faziam com o objetivo de destruir a obra salesiana, que se expandia para o mundo inteiro, arrancando das trevas do pecado a juventude mais carente e abandonada.

Dom Bosco assistia à reunião diabólica. Em dado momento, levanta-se um diabo e propõe aos demais arrasar a obra de D. Bosco através da luxúria, tentando os padres salesianos pelas obras da carne. Quando já havia um certo consenso, e todos achavam que era uma boa estratégia para destruir a Congregação de D. Bosco, eis que se levanta outro diabo e convence os demais que este caminho não teria sucesso. Disse a todos que estava convencido de que D. Bosco já tinha incutido nos seus filhos um grande amor à pureza e à castidade, e que de nada adiantaria tentá-los a cometer esses pecados. E acabaram todos se convencendo de que ele tinha razão.

Em seguida, levanta-se outro diabo e propõe derrubá-los pela gula, o excesso da comida e da bebida. Depois de alguma discussão, levanta-se outro espírito infernal e também convence a todos de que esse caminho também não teria sucesso, já que, segundo ele, D. Bosco soube incutir nos seus salesianos o amor à temperança, evitando comer e beber qualquer alimento nos intervalos das refeições. E todos desistiram da ideia. Logo levanta-se mais um endiabrado e sugere que se derrube os apóstolos de D. Bosco pela preguiça.

Foto Ilustrativa

A tentação aos filhos de Dom Bosco

Após a discussão, acabaram todos chegando à conclusão de que também essa estratégia não funcionaria, já que o ‘pai e mestre dos jovens’ soubera formar os seus filhos no amor ao trabalho, acordando cedo e deitando tarde, não permitindo-se uma vida de comodismo, omissão e negligência no serviço de Deus. E, da mesma forma, desistiram. E a reunião continuou com várias propostas sobre a maneira de como tentar os filhos de Dom Bosco, fazendo-os deixar o apostolado dos jovens.

Nessa linha, foram propondo os pecados capitais: ganância, ódio, inveja, etc; mas nenhum deles parecia adequado ao intento do inferno, já que o grande Santo soubera bem prevenir os seus sobre os perigos desses pecados e a necessidade de manter a ‘oração e a vigilância‘ constantes.

Quando já estavam desistindo do intento maligno da reunião, eis que se levanta um diabo mais astuto que os outros, põe-se no meio de todos, e afirma saber qual a maneira de derrubar os padres : ‘Vamos tentá-los pelo orgulho’. E antes que os demais espíritos malignos conseguissem desistir da ideia, eis que D. Bosco acorda, suado e ofegante, como se saísse de uma batalha.

O Santo então percebeu que essa seria a pior tentação para os seus filhos: ‘a soberba’. Logo na manhã seguinte, reuniu todos os seus religiosos, contou-lhes o sonho e advertiu-os deligentemente sobre o perigo da soberba, o amor-próprio que nos faz cheios de vanglória, desejo de aparecer, de se exibir, de se sentir melhor do que outros, de se revoltar, desobedecer etc. Sem dúvida é o pior pecado. Pela soberba, que é falta de humildade, os anjos maus se perderam; Adão e Eva lançaram a humanidade na perdição, pela qual Jesus teve que se humilhar e aniquilar-se até a morte de cruz (Fil 2,7-8).

O orgulho é um amor desordenado

Que preço! O orgulho é o amor desordenado ao próprio Eu, prestando a ele um verdadeiro culto idolátrico. São filhos da soberba: a presunção, o iluminismo, o messianismo, a autossuficiência, a arrogância, a prepotência, a vaidade, autopiedade, o desejo de aparecer e de se exibir, e outros. São Paulo pergunta aos coríntios: ‘O que há de superior em ti? Que é que possuis que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o tivesses recebido?’ (1 Cor 4,7). E São Pedro nos adverte de que: ‘Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes'(1 Pd 4,5). Deus resiste ao soberbo, isto é, não lhe ouve, porque este está cheio de si mesmo, não têm espaço para Deus e os outros.

O inferno nada pode contra um homem verdadeiramente humilde, pois, segundo Sã0 Vicente de Paulo, ‘o demônio, que é soberbo, não sabe se defender contra a humildade’. Se, de um lado, a soberba é o pior dos pecados capitais, por outro lado, a humildade é a maior das virtudes.

Foi assim que fez Deus se encantar com Maria, e escolhê-la para Mãe do Seu Filho: ‘Ele olhou para a humildade da sua serva'(Lc 1,48).

Fonte: Canção Nova

 

HISTÓRIA DE SÃO JOÃO BOSCO

São João Bosco (1815-1888) foi um sacerdote italiano, fundador da Sociedade de S. Francisco de Sales, congregação religiosa vocacionada para a educação de jovens órfãos e necessitados.

João Bosco nasceu em Becchi, a 16 de agosto de 1815 numa família de agricultores. O seu pai, Francisco Bosco faleceu a 11 de maio de 1817, vítima de pneumonia, deixando aos cuidados da sua mulher, Margarida Occhiena, os seus três filhos: António, José e João.

Depois de se terem mudado para um casebre rústico, adaptado para habitação, a família viveu duros tempos de conjunturas desfavoráveis. Joãozinho, educado pela Mãe com profunda intuição humana e cristã, tornou-se um amigo generoso e diligente dos rapazes da sua idade. Margarida, educadora sábia, superou as dificuldades e fez da sua família uma igreja doméstica.

Devido ao seu gosto pelos estudos, Joãozinho entra em conflito com o meio-irmão António, e foi mandado para a quinta Moglia para trabalhar como criado. Com a ajuda do Pe. João Calosso, João Bosco voltou para casa e foi estudar no ensino primário em Castelnuovo d’Asti e depois no ensino humanístico nas escolas públicas de Chieri.

João sentia, desde a infância, o desejo de se tornar sacerdote. Aos nove anos teve um sonho que lhe ficou profundamente gravado na mente por toda a vida, e que lhe revelou a sua missão: “Torna-te humilde, forte e robusto”, disse-lhe uma senhora tão brilhante como o sol, “aquilo que vês acontecer a estes lobos que se transformam em cordeiros, tu o farás aos meus filhos. Serei a tua mestra. A seu tempo tudo compreenderás”. Esta era a antecipação de uma extraordinária vocação educativa e pastoral.

Em 1835, João Bosco entrou para o seminário e, em junho de 1841, foi ordenado sacerdote escolhendo como programa de vida “Dai-me almas e levai o resto” (Da mihi animas, cetera tolle).

A 8 de dezembro de 1841, na sacristia da Igreja de São Francisco de Assis, em Turim, Dom Bosco encontra Bartolomeu Garelli, um órfão de dezasseis anos. O legado de Dom Bosco começa com uma Ave-Maria. Depois daquele encontro, S. João Bosco reúne em torno dele os primeiros rapazes e organiza o oratório festivo, que mais tarde dará origem ao Oratório de Valdocco, no qual contou com a ajuda da sua Mãe. Margarida associa-se à missão do filho e parte com ele para Turim, tornando-se também para os rapazes do Oratório a “Mãe Margarida”.

Com o Oratório a crescer, desenvolve-se o método educativo de Dom Bosco, o famoso Sistema Preventivo: “Estai com os jovens, evitai o pecado pela razão, religião e amabilidade. Tornai-vos santos, educadores de santos. Os nossos jovens sintam que são amados”.

Em 1859, nasce, com a ajuda do Papa Pio IX, a “Pia Sociedade de S. Francisco de Sales”, uma congregação que visa a salvação da juventude, combatendo toda a pobreza e atuando pelo lema: “Dai-me almas e levai o resto”.

Dom Bosco escolheu e modelou as primeiras gerações de Salesianos, partilhou e guiou a sua experiência, escreveu a primeira regra de vida salesiana, trabalhou no meio deles e com eles na missão, no espírito e no método salesiano. Fundou oratórios, centros juvenis, escolas, dedicou-se à boa imprensa e às missões. Surgiram também as primeiras casas nos arredores de Turim às quais continuam a chegar novas vocações.

Maria Auxiliadora, que sempre apoiou Dom Bosco na sua obra, garantiu-lhe muitas graças, mesmo extraordinárias, e o dinheiro necessário para todos os seus projetos foi sempre surgindo, de uma forma ou de outra, possibilitando que a obra salesiana se fosse desenvolvendo e acolhendo cada vez mais rapazes.

A Providência juntou os caminhos de Dom Bosco e os da jovem Maria Mazzarello que, em Mornese e com a ajuda de Dom Bosco, fundou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora cujo objetivo era a formação cristã das meninas.

Nos anos seguintes, juntamente com os seus benfeitores e os leigos comprometidos, Dom Bosco deu vida à União dos Cooperadores Salesianos, inspirada no princípio “vis unita fortior” (a união faz a força). Esta nova rede de colaboradores foi sendo cultivada com conferências apropriadas e com a publicação mensal do Boletim Salesiano, desde 1877 – que tem hoje 64 edições em todo o mundo.

Dom Bosco era contemplativo na ação, orava constantemente e com simplicidade. Com uma profunda vida interior, ensinou-nos a amar a Eucaristia, Maria e o Papa, colocando sempre a santidade como meta.

Ao longo de toda a sua vida Dom Bosco foi corajoso, otimista, capaz de contagiar e de envolver muitos na sua obra educativa e pastoral. 

Morreu a 31 de janeiro de 1888, aos 72 anos, em Turim, no oratório de Valdocco. O Papa João Paulo II, por ocasião do centenário da morte, declarou-o: “Pai e Mestre da Juventude”.

Fonte: Salesianos

Giuliane Matos

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