São Vicente de Paulo, padroeiro das Associações de Caridade

São Vicente de Paulo, padroeiro das Associações de Caridade
Sacerdote e Fundador (1581-1660)

Origens 

São Vicente de Paulo nasceu em 1581, em cidade da Gasconha, região da França, no seio de uma família de camponeses. Embora tenha passado a sua adolescência no campo, a sua perspicácia foi percebida por um benfeitor, que lhe ofereceu a oportunidade de estudar.

Vida Sacerdotal 

Em 1600, com apenas 19 anos, foi ordenado sacerdote, mas obteve o diploma em teologia somente em 1604. Abriu uma escola particular, mas teve muitos gastos. Além disso, durante uma viagem marítima de Marselha a Narbonne, seu navio foi atacado por piratas: Vicente foi preso e vendido como escravo em Túnis. Ao receber sua alforria, dois anos depois, voltou para França, graças ao seu terceiro patrão, que, no entanto, se converteu ao cristianismo.

Catequista

Em 1612, tornou-se pároco de uma igreja em Clichy, na periferia de Paris. No entanto, conheceu o Cardeal Pierre de Bérulle, que foi seu diretor espiritual, por muito tempo. Desta forma, começou suas atividades como catequista.

 

A Desigualdade

Em 1613, foi encarregado da formação dos filhos dos Marqueses de Gondi, onde permaneceu quatro anos. Ali, percebeu o enorme abismo entre ricos e pobres, não só do ponto de vista material e social, mas também cultural e moral.

Sua preocupação com a pobreza foi compartilhada pela Marquesa Gondi, que colocou uma grande quantidade de dinheiro à sua disposição, para que fosse instituída uma obra de pregação quinquenal entre os camponeses das suas terras. São Vicente de Paulo deixou temporariamente o castelo para ir trabalhar em uma pequena paróquia na periferia de Châtillon-le-Dombez.

 

 

 

Primeira Célula da Caridade Vicentina 

A primeira coisa, que Vicente fez como pároco, foi cuidar de uma família doente, que não tinha o que comer, porém, percebeu que, quando o dinheiro acabasse, a família voltaria à sua indigência de antes. Buscou outro meio, mais eficiente e em longo prazo, para ajudar. Em 20 de agosto de 1617, nasceu a primeira célula da Caridade Vicentina, que foi confiada, segundo os ditames da sociedade, às mulheres, que foram chamadas “Servas dos Pobres”. A instituição cresceu de modo extraordinário, obtendo, em tempo recorde, a aprovação do Bispo de Lyon.

Filhas da Caridade

São Vicente de Paulo voltou ao castelo de Gondi, mas, para tratar da promoção humana e material dos camponeses. Depois, transferiu-se para Paris, porque é nas grandes metrópoles que as diferenças sociais, entre quem tem tudo e quem não tem nada, são maiores: sentiu que era ali que devia intervir.

Na capital, muitas senhoras nobres, ansiosas de fazer beneficência, quiseram contribuir, financeiramente, para suas obras de “Monsieur Vincent”: assim, em 1617, nasceram as Damas da Caridade.

A obra mais importante que realizaram foi a abertura de um hospital municipal. Porém, as senhoras não conseguiam atender às necessidades mais humildes.

Por isso, em 1633, Vicente fundou uma Congregação feminina, inovadora para a época: as Filhas da Caridade, que não seriam “monjas”, distantes do mundo e dedicadas à contemplação, mas “freiras”, irmãs dos últimos, que vivem ao lado deles no mundo e deles cuidam diariamente. Ainda hoje, as Filhas da Caridade são a maior família religiosa feminina da Igreja.

Congregação da Missão

A obra incessante de São Vicente de Paulo não se limitou apenas à comunidade das Irmãs. Começou a pregar a Palavra de Deus nas aldeias, onde muitos sacerdotes se uniram a ele. Assim, nasceu uma nova comunidade, que contava com a ajuda financeira da família Gondi: a Congregação da Missão, mais tarde conhecida como Lazaristas, cuja sede foi o convento de São Lázaro.

 

São Vicente de Paulo: padroeiro das obras de caridade (27 de setembro)

 

Páscoa

São Vicente de Paulo faleceu em Paris, em 27 de setembro de 1660, com a idade de 79 anos. Não deixou nenhuma obra escrita, a sua única obra ou a sua obra-prima foi a Caridade. Morreu como exemplo de caridade, do verdadeiro amor, que não fazia distinção entre o de Deus e o ao próximo.

Legado

A espiritualidade vicentina foi fundada na dupla descoberta de Cristo e dos pobres. Acreditam na igualdade entre a oração e ação, no compromisso com o mundo e para o mundo. Concretiza-se com a evangelização e a promoção humana. Seus filhos religiosos se inspiram apenas nas “Regulae”, que encarnam as características do espírito vicentino: simplicidade, humildade, mansidão, mortificação e zelo pela salvação das almas.

Via de Santificação

A beatificação de São Vicente de Paulo ocorreu no dia 21 de agosto de 1729, pelo Papa Bento XIII. A celebração de canonização foi realizada em 16 de junho de 1737, pelo Papa Clemente XII, na Basílica do Vaticano. Em 1885, o Papa Leão XIII o proclamou padroeiro de todas as Associações católicas de caridade.

São Vicente de Paulo, o Fundador da Comunidade dos Padres e Irmãos do Caraça, viveu em Paris, na França, a maior parte de sua vida. Morreu no dia 27 de setembro de 1660, sendo sepultado no dia seguinte. Quando se fez o processo de sua beatificação, em 1720, abriram seu túmulo e foram reconhecidas as suas relíquias, que se conservavam intactas. Quando foi canonizado, em 16 de junho de 1737, suas relíquias foram transferidas para uma preciosa urna de prata, onde foram veneradas até 1792, durante a Revolução Francesa, quando os Padres foram expulsos de sua residência, o convento então chamado de São Lázaro, e a urna foi confiscada e depositada entre os Bens Nacionais. O corpo tinha sido escondido no porão da casa de um alto funcionário da Congregação e ali ficou até 1806, até passada a agitação revolucionária. A partir dessa data, até 1815, foi guardado numa Comunidade das Filhas da Caridade, também fundadas por São Vicente, e de lá passou para a Capela da Rua du Bac, onde hoje é a Casa-Mãe das Irmãs.

A festa que se comemora no dia 26 de abril, cada ano, recorda o que houve em 1830, quando o Arcebispo de Paris procedeu à autenticação das relíquias de São Vicente, depois as encerrou numa nova urna de prata, doada pela Arquidiocese de Paris, onde foi exposta à veneração dos fiéis. Foi muito solene e concorrida a procissão que levou as relíquias para a Rua de Sèvres, onde fica atualmente a Casa-Mãe da Congregação dos Padres Vicentinos (ou Lazaristas). Quando, em 1854, se terminou a construção do majestoso altar-mor da igreja dos Padres, a preciosa urna foi colocada num lugar elevado, que permite sua visão por todos os que estão na igreja, sendo acessível por escadas que permitem a chegada dos fiéis até ao lado do sagrado corpo.

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Cinquenta e dois anos após a sua morte, o corpo foi exumado pela primeira vez diante de dois médicos, autoridades da Igreja e outras testemunhas. Foi encontrado incorrupto, com sinais de deterioração apenas no nariz e nos olhos. Os médicos atestaram que esta preservação não poderia ocorrer por meios naturais. O corpo de São Vicente de Paulo, está atualmente exposto à visitação pública na Capela de São Vicente em Paris. Seu coração encontra-se em um relicário na Capela Nossa Senhora da Medalha Milagrosa.

Em 1960, comemoraram-se 300 anos da morte de São Vicente e por isso a urna foi levada para a Catedral de Notre-Dame de Paris e para a pequena igreja de Clichy, onde São Vicente tinha sido pároco em 1612. Nessas igrejas foi exposta à veneração dos fiéis.

A veneração das relíquias de São Vicente lembra aos franceses a grandíssima ajuda que ele prestou ao país inteiro durante muitos anos nas guerras e depois das batalhas que matavam tanta gente e reduziam as populações rurais à mais negra miséria. Seu trabalho de suscitar a generosidade e de organizar a caridade das pessoas em favor dos mais necessitados fez de São Vicente um herói nacional, e com toda a justiça ele é chamado um dos Pais da Igreja dos tempos modernos.

Além do Santuário do Caraça, São Vicente é cultuado nas comunidades do Curato Nossa Senhora das Graças, sediado em Brumal, e na Reitoria de São Vicente, em Santa Bárbara. Sua obra continua nas Comunidades que ele fundou e nas organizações que se inspiraram em sua espiritualidade e vivem do seu carisma, como as Conferências da Sociedade de São Vicente de Paulo.

Fonte: Jornal Voz do Caraça – Ed. 107 – Maio de 2015
Padre Lauro Palú C.M.

Minha oração

“Vós fostes admiravelmente dedicado aos pobres, ensinai-nos a sermos atentos para com essas realidades. Os nossos irmãos mais fragilizados, dê a eles a graça da salvação e do encontro com Cristo. Dai força aos grupos vicentinos que dão continuidade a vossa obra. Amém!”

São Vicente de Paulo, rogai por nós!

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