A fé Católica aliena?

A fé Católica aliena?

A fé Católica nos aliena?

A questão de como viver a fé católica no mundo atual é uma preocupação legítima para muitos. Há um temor de que, ao nos aprofundarmos nas Escrituras, nxo Catecismo ou na vida dos santos, possamos nos tornar “alienados”, vivendo isolados da sociedade. Mas será que a vivência da fé católica realmente nos distancia da realidade? Vamos refletir sobre isso.

O que significa estar alienado na fé?

 Ser alienado na fé significa perder o equilíbrio, tornando-se excessivamente rígido ou desconectado da vida cotidiana e das relações sociais. No entanto, a fé católica, em sua essência, nunca nos chama a isso. Pelo contrário, a experiência com Jesus Cristo nos convida a viver plenamente, com liberdade e discernimento. O estudo da fé e da doutrina católica não nos “bitola” nem nos aprisiona, mas nos liberta.

Infelizmente, em tempos de redes sociais, vemos exageros sendo propagados. Influenciadores, bem-intencionados ou não, muitas vezes colocam fardos desnecessários sobre os outros. Essas visões extremas podem distorcer o verdadeiro chamado cristão, que é viver em equilíbrio, sem criar regras ou exigências que a Igreja não estabelece.

O papel da Igreja versus as opiniões pessoais

 A Igreja Católica nos oferece diretrizes claras sobre como viver a nossa fé. É importante distinguir entre o que é ensinamento da Igreja e o que são opiniões ou costumes pessoais. Por exemplo:

  O uso de roupas modestas: É uma recomendação da Igreja, mas isso não significa que toda mulher deva usar um único tipo de vestimenta, como saias longas ou vestidos específicos. Essas práticas podem ser respeitadas, mas não são dogmas de fé.

  Vida rural como ideal católico: A ideia de que todo católico tradicional deve mudar para o campo e se isolar do mundo não é uma exigência da Igreja. Cada um pode viver sua vocação onde Deus o chama, seja na cidade ou no interior.

 Não devemos criar dogmas onde a Igreja não os criou. O foco deve estar na vivência da fé, no testemunho de Cristo e no cumprimento dos ensinamentos da Igreja de maneira fiel e equilibrada.

É preciso cuidado com influenciadores

Por outro lado, é preciso ter cuidado com influenciadores que criam polêmicas, muitas vezes com a intenção de gerar cliques ou até vender cursos. No marketing digital, por exemplo, existe o conceito de “criar necessidade” no público-alvo, fazendo com que um produto ou curso pareça absolutamente indispensável. Nesse esforço, frequentemente surgem estereótipos de vidas ideais e práticas urgentes que levam as pessoas a ver como essenciais aquilo que, na verdade, pode ser dispensável.

A Igreja tem mais de dois mil anos de tradição e sabedoria. Antes de seguir cegamente um influenciador, devemos nos basear nos ensinamentos da Igreja e dos santos, a eles não é necessário acrescentar nada nem retirar nada.

Família e planejamento responsável

 Outro tema que gera debates é a questão do planejamento familiar. A Igreja permite o uso de métodos naturais para espaçamento entre os filhos, especialmente em situações que envolvem saúde física, emocional ou psicológica dos pais. É importante lembrar que:

•  Ter muitos filhos é uma bênção, mas é necessário discernir e avaliar as condições de cada família. É preciso estarmos abertos aos filhos que Deus nos der, mas, como diz na constituição Humanae Vitae, é necessário ter a chamada “paternidade responsável”. Essa paternidade responsável não é um fechamento à vida, mas uma abertura à vida dentro de uma entrega total, sem excluir as necessidades básicas para tanto.

•Não podemos impor um fardo excessivo às pessoas. A fé católica não exige que uma mulher com graves problemas psicológicos tenha dez filhos sem considerar suas limitações, limitações essas que irão impedir de realizar sua verdadeira vocação de criar filhos.

A abertura à vida deve ser vivida com responsabilidade e amor, sempre em diálogo com Deus e em fidelidade à Igreja.

Cuidado com o “fogo do primeiro amor”

 Por fim, é importante lembrar que o entusiasmo inicial pela fé, o “fogo do primeiro amor”, pode levar alguns a excessos. É necessário discernir, sempre voltando às raízes da Igreja e confiando em sua sabedoria acumulada ao longo de dois mil anos. Influenciadores e modismos vêm e vão, mas a Igreja permanece como guia segura.

Conclusão

 A vivência da fé católica não nos aliena nem nos isola do mundo. Pelo contrário, ela nos chama a sermos luz e sal da terra, testemunhando Cristo em nossas ações cotidianas. Devemos evitar os extremos, sejam eles rígidos ou permissivos, e sempre buscar o equilíbrio ensinado pela Igreja.

Fiquemos com os ensinamentos da Igreja e dos santos, confiando que eles nos conduzem a uma vida plena e em comunhão com Deus.

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