A origem do Santo Rosário

A origem do Santo Rosário

A origem do Santo Rosário

O costume de contar pequenas orações de repetição nos dedos da mão, por meio de pedrinhas, grãos ou ossinhos, soltos ou unidos por um barbante, é muito antigo e utilizado por fiéis de muitas religiões.

Nosso precioso Rosário também começou assim.

Os primeiros cristãos, especialmente os monges, tinham o hábito de rezar os 150 salmos todos os dias, mas muitos cristãos que faziam os votos de vida religiosa não tinham condições de participar das orações dos salmos (do saltério), com leituras e cânticos porque muitos eram analfabetos, havia o costume de rezar determinado número de vezes o Pai Nosso, em substituição à oração lida, diz-se que muitos cristãos carregavam uma bolsinha de couro com 150 pedrinhas para poder contar os Pai Nossos, foi São Beda que teve a idéia de colocar 150 sementes num cordão para ficar mais fácil a contagem, essa devoção propagou-se porque é a oração dos pobres tanto de coração quanto de poderes, assim como nos dias de hoje, quem quer entrar no céu precisa ser pequeno, porque a porta do céu é estreita, a oração do Santo Rosário é uma arma poderosa, é uma porta aberta para as portas do céu e quem não tem humildade, dificilmente se lançará a experimentar essa graça, lembre-se, é a oração dos “pobres”.

Com a inspiração do Espírito Santo as Ave-Marias foram inseridas na oração do saltério.

São Domingos de Gusmão foi o escolhido por Deus para receber das mãos da Virgem Maria, o Santo Rosário.

O fato se deu em 1840 na França, quando o santo orava e fazia penitência para a conversão dos homens, que viviam num estado de perdição incorrigível. Domingos passou três dias e três noites orando e jejuando, entre outros sacrifícios, com objetivo de aplacar a cólera divina, foi então que Nossa Senhora lhe apareceu acompanhada de três anjos, com sua doce voz disse:

“Sabes tu, meu querido Domingos, de que arma se serviu a Santíssima Trindade para reformar o mundo?”

Respondeu o santo: “Ó Senhora, vós o sabeis melhor do que eu porque depois de vosso filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, fostes o principal instrumento de nossa salvação.”

Respondeu-lhe Maria Santíssima: “Sabei que a peça principal da bateria foi a saudação angélica (Ave cheia de graça, o Senhor é contigo – a saudação do anjo Gabriel) que é o fundamento do Novo Testamento e portanto se queres ganhar para Deus esses corações endurecidos, reza o meu saltério.”

Após a aparição São Domingos entrou na catedral de Toulouse enquanto os sinos tocavam sem intervenção humana, para reunir os fiéis, quando o santo começou a pregar, uma espantosa tormenta desatou, houve tremor de terra, o sol se velou, ouvia-se terríveis trovões e relâmpagos, uma imagem da Virgem levantou por três vezes os braços para pedir a Deus justiça, para aqueles que não se arrependessem e recorressem à sua proteção, São Domingos orou e por fim, cessou a tormenta, pôde ele então terminar sua pregação e com tal zelo e fogo que os habitantes da cidade abraçaram, quase todos, a devoção ao santíssimo Rosário, em pouco tempo, viu-se uma substancial mudança na vida daquelas pessoas.

São Domingos de Gusmão fez desta fundamental prática de devoção mariana, um eficaz instrumento para suas próprias necessidades e usou-a com enorme fruto enquanto método de pregação, os benefícios do Santo Rosário enriqueceram de tal modo a vida da Igreja, que papas, santos e doutores incentivaram sua prática com especial empenho.

A iniciativa do monge teve plena aceitação e popularização. Os ditos saltérios marianos se multiplicaram. Chegou-se a ter em torno de 300 referências ao Evangelho. O dominicano Alano de la Roche (1428-1475) empenhou-se muito na promoção do saltério mariano, que começou a se chamar “Rosário da Bem-Aventurada Virgem Maria”. Outro dominicano, Alberto de Castello, em 1521, simplificou o Rosário, escolhendo 15 passagens evangélicas para meditação a cada dez Ave-Marias.

São Pio V, Papa de 1566 a 1572, época final e de implementação do Concílio de Trento, em que foram organizados os livros litúrgicos utilizados até o Concílio Vaticano II, estabeleceu a atual configuração do Rosário. Ele atribuiu à oração do Rosário a vitória naval de Lepanto, em 07 de outubro de 1571, que salvou o povo cristão da Europa de um grande perigo. Por causa disto, introduziu a festa de Nossa Senhora do Rosário.

 

 

Uma oração cristológica

Mesmo que seja devoção mariana, o Rosário é oração cristológica, ou seja, tem Cristo como centro. Torna-se verdadeiro caminho espiritual, no qual Maria se torna mãe, irmã, mestra, guia para o Deus trinitário, socorrendo-nos com sua intercessão sempre eficaz.

O Rosário é oração contemplativa, bem de acordo com a figura de Maria que guardava e meditava no seu coração os mistérios de Cristo. Ele ajuda a Igreja a viver uma de suas características que é a da escuta de seu Mestre e Senhor. Pela contemplação a que ele conduz, favorece a assimilação do jeito de ser de Cristo, dos sentimentos e ensinamentos.

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O Rosário nos faz aprender Cristo de Maria; por ele, recordamos Cristo com Maria, nos conformamos a Cristo com Maria, pedimos a Cristo com Maria e anunciamos Cristo com Maria. Oferece o segredo para o cristão conhecer Cristo de forma profunda e envolvente. Por outro lado, o conhecimento de Cristo leva ao conhecimento do mistério do ser humano. Percorrendo os mistérios de Jesus, o discípulo de Cristo encontra a verdade profunda da existência humana.

“Contemplando o seu nascimento aprende a sacralidade da vida, olhando para a casa de Nazaré aprende a verdade originária da família segundo o desígnio de Deus, escutando o Mestre nos mistérios da vida pública recebe a luz para entrar no Reino de Deus, e seguindo-O no caminho para o Calvário aprende o sentido da dor salvífica. Contemplando, enfim, a Cristo e sua Mãe na glória, vê a meta para a qual cada um de nós é chamado, se se deixa curar e transfigurar pelo Espírito Santo. Pode-se dizer, portanto, que cada mistério do Rosário, bem meditado, ilumina o mistério do homem” (Cfr Ângelo Amato, SDB, L’Osservatore Romano, 15/02/2003, p. 04).

Por tudo o que significa, o Rosário é precioso exercício da piedade cristã e recurso a ser utilizado com zelo especial por todo o evangelizador.

Giuliane Matos

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