Familia, escola de amor.
Família…
Havia, certa vez, um pai de família, em cuja casa nada ia bem. Então ele resolveu pedir conselhos a um sábio. Foi à casa do homem e lhe apresentou o problema:
Muitas dívidas, a esposa sempre doente, a sogra era uma verdadeira jararaca dentro de casa, o filho mais velho mandou fazer uma tatuagem horrível no braço, representando uma caveira; além disso, ele era rebelde e agressivo.
A filha moça usava roupas escandalosas, e um dia o pai a viu em um bar, sentada no colo de um homem…
“E há mais”, disse o homem. “O meu filho mais novo já repetiu de ano duas vezes na escola”.
O sábio escutou tudo com atenção, e no fim disse apenas o seguinte: “Jesus está dentro da sua casa!”
O homem se despediu e saiu encabulado. Chegando à sua casa, contou para o filho mais novo o que o sábio lhe havia dito. “Mas o problema é saber quem é Jesus aqui em casa!” disse o pai.
O menino falou: “Pai, talvez Jesus seja o Marcos”. Marcos era o irmão mais velho. O pai respondeu na hora: “Imagine! Você já pensou Jesus na cruz, com uma tatuagem daquela no braço?”
“Então”, disse o garoto, “quem sabe seja a Andréia?” Andréia era a moça. O pai discordou novamente: “Como que ela pode ser Jesus, se frequenta bares, e chega a sentar-se no colo dos homens?”
O filho respondeu: “Pai, talvez a Andréia faça isso porque o senhor não dá mais carinho para ela. Eu me lembro que anos atrás ela se sentava no colo do senhor!” A partir daquele dia, o pai começou a agradar mais a moça. Apesar disso, ele duvidava.
Um dia, conversando com o menino, este disse: “Quem sabe seja a vovó, pai?” O pai gritou: “Aquela jararaca rabugenta?” Mas o homem ficou pensando durante a noite, e teve uma ideia: Resolveu levantar-se mais cedo e levar café na cama da sogra.
No outro dia cedo, fez o café, colocou na bandeja, preparou tudo e bateu na porta dela. “Pode entrar”, disse ela. O genro entrou e lhe ofereceu o café. A sogra então lhe falou: “Beba você primeiro”. Ele tomou um pouquinho, pronto, ela também tomou o café. Pediu a ele que tomasse porque desconfiou ser veneno. A partir daquele dia, a sogra começou a melhorar.
Mas o homem achava que ainda não tinha descoberto quem era Jesus. E o menino sempre o ajudava.
Um dia, o garoto lhe disse: ”Pai, será que não é a mãe? Coitada! Ela anda tão doente, e trabalha o dia inteiro. E, à noite, a gente sai e a deixa sozinha em casa!” Então o homem começou a agradar mais a esposa.
E a família toda foi melhorando. A moça voltou a sentar-se no colo do pai e parou de ir ao bar. Até aquelas roupas escandalosas ela parou de usar. O homem conseguiu pagar as dívidas.
Num domingo, a família toda estava na fila da Comunhão e o sábio viu a bela cena. Foi até o homem e lhe disse ao ouvido: “Eu não falei que Jesus estava na sua casa? Olhe aí!”
Vamos pedir a Maria Santíssima que faça da nossa casa uma família semelhante a sua, em Nazaré, com Jesus dentro dela.
É próprio de quem ama confiar na pessoa amada e jogar-se nas mãos dela, como fez Maria: “Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim conforme a tua palavra”. Uma família assim só pode dar certo.
Essa história mudou minha forma de pensar: família e traga uma reflexão que acredito ser muito propícia para estes tempos, espero que toque o seu coração.
Catecismo da Igreja católica:
2204: A família cristã constitui uma revelação e uma realização específica da comunhão eclesial; por esse motivo […], há de ser designada como uma igreja doméstica. Ela é uma comunidade de fé, de esperança e de caridade: reveste-se duma importância singular na Igreja, como transparece do Novo Testamento.
2205: A família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai e do Filho, no Espírito Santo. A sua atividade procriadora e educativa é o reflexo da obra criadora do Pai. É chamada a partilhar da oração e do sacrifício de Cristo. A oração quotidiana e a leitura da Palavra de Deus fortalecem nela a caridade. A família cristã é evangelizadora e missionária.
2206: As relações no seio da família comportam uma afinidade de sentimentos, de afetos e de interesses, que provêm sobretudo do mútuo respeito das pessoas. A família é uma comunidade privilegiada, chamada a realizar a comunhão das almas, o comum acordo dos esposos e a diligente cooperação dos pais na educação dos filhos.
2207: A família é a célula originária da vida social. É ela a sociedade natural em que o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. A autoridade, a estabilidade e a vida de relações no seio da família constituem os fundamentos da liberdade, da segurança, da fraternidade no seio da sociedade. A família é a comunidade em que, desde a infância, se podem aprender os valores morais, começar a honrar a Deus e a fazer bom uso da liberdade. A vida da família é iniciação à vida em sociedade.
A família é uma comunidade de fé, esperança e caridade.
Essas três virtudes: fé, esperança e caridade formam os grandes santos e é no colo familiar que se desenvolvem.
A vida em família deve ser santa, a autoridade, a estabilidade e a vida de relações dentro dela, constituem os fundamentos da liberdade, segurança e fraternidade. Ensina valores morais tais como: honrar a Deus e usar corretamente a liberdade.
Jesus quis vir a nós em condição humana, como nós, porque experimentando todos os nossos sentimentos, medos, felicidades, realidades, pode nos dar exemplos concretos de como deveríamos proceder nas diversas ocasiões da vida, portanto Ele, sendo Deus, se fez de condição humana e experimentou FAMILIA.
Temos muito a aprender com nossa família pois é aqui que caem todas as máscaras. Ninguém se esconde por muito tempo não é?!
Dentro de casa revelamos quem somos em nossas fortalezas e fraquezas!
E aí está a beleza! Através deste convívio, despertam os amores, o perdão, o acolhimento, a ajuda e aprendemos a lidar com o mundo exterior pois tudo em volta recebe reflexo dos nossos aprendizados familiares.
Uma pessoa que honra seu pai e sua mãe, também honra e é honesto com um amigo e até mesmo um desconhecido. Nas relações familiares, nem sempre concordamos com tudo que vemos, ouvimos e aí é o momento de estimular a prática da opinião própria e a humildade de reconhecer o valor das opiniões alheias, por isso, a importância do diálogo, do “sentar-se á mesa” e partilhar, a importância de preocupar-se com o outro, amar, zelar, pois no momento que não estivermos bem, será tão bom ter alguém que nos ama a nos cuidar.
Família é amparo e nenhuma mentira ou inveja, ou orgulho pode ser maior que o amor que nos une.
Família é escola de santidade onde as virtudes se manifestam na doçura das palavras, na renúncia que se faz para ver o outro feliz, na mansidão de um colo e um cafuné kkkk.
Família é presente de Deus que sopra santas vocações em santos berços de homens e mulheres educados na fé que sabem que podem contar com o Deus do impossível porque para Ele, tudo é possível…
Amemos a nossa família!
Giuliane Matos
Comentários