Havendo passado mais de 100 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima, muito se fala, mas pouco se conhece a respeito de suas revelações, tão cheias de significado e de mistério.

Neste artigo apresentamos a você um resumo da história de Fátima que poderá ser desdobrado para maior aprofundamento.

Fique conosco até ao final do artigo que temos um presente para você!

INÍCIO DAS APARIÇÕES

Em 1917, Nossa Senhora de Fátima profetizou aos três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta, que, se a humanidade não desse ouvidos aos apelos que Ela vinha fazer, começaria uma segunda guerra mundial pior que a primeira e que a Rússia espalharia seus erros pelo mundo.

O que de fato aconteceu: a segunda guerra ocorreu de 1939 a 1945 e a revolução comunista na Rússia eclodiu um mês depois da sexta aparição.

Nossa Senhora vinha pedir a conversão pois, do contrário, duras perseguições se desencadeariam contra a Igreja e a mão de Deus puniria a terra por sua infidelidade.

Qual caminho a humanidade seguiu? Todos nós sabemos.

Entretanto, por cima destas previsões mais catastróficas, Nossa Senhora anunciou um sol de esperança:

“Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará.”

As profecias de Fátima são, antes de tudo, palavras de confiança e de certeza da vitória. Não é o anúncio do fim, mas a aurora de uma nova era histórica.

Esta era histórica virá como uma grande misericórdia. O triunfo d’Ela é o triunfo de Cristo. É o Reino de Maria no Reino de Cristo!

Aparições de Fátima

APARIÇÕES DO ANJO DE PORTUGAL

Assim como o nascimento de Jesus foi anunciado pelo Arcanjo São Gabriel, também as aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos foram preparadas por meio de três aparições do Anjo de Portugal, depois das quais passaram a ter uma vida de oração e sacrifício muito mais intensa, tudo oferecido em reparação pelos pecados cometidos contra Deus e pela conversão dos pecadores.

Assim como o nascimento de Jesus foi anunciado pelo Arcanjo São Gabriel, também as aparições de Nossa Senhora de Fátima aos pastorinhos foram preparadas por meio de três aparições do Anjo de Portugal, depois das quais passaram a ter uma vida de oração e sacrifício muito mais intensa, tudo oferecido em reparação pelos pecados cometidos contra Deus e pela conversão dos pecadores.

A primeira das aparições deu-se numa colina próxima da Cova da Iria, denominada Cabeço.

No verão de 1916, quando os três pastorinhos brincavam no terreiro da casa dos pais de Lúcia, junto a um poço ali existente, aparece-lhes novamente o Anjo, como o narra a Ir. Lúcia.

As crianças passam a ter presente em sua alma a necessidade de reparar os pecados dos homens, como conta Walsh a respeito de Francisco.

No fim do verão ou princípio do outono de 1916, mais uma vez na Loca do Cabeço, deu-se a última aparição do celeste mensageiro. Havendo as crianças terminado de merendar, em vez de começarem a brincar, foram rezar numa gruta próxima. Estavam eles de joelhos e inclinados, rezando a oração ensinada pelo Anjo, quando ele tornou a se fazer ver, como nos conta a Ir. Lúcia.

As palavras do Anjo produziram profunda impressão nas três crianças, as quais, a partir de então, começaram a sofrer e rezar fervorosamente pelos pecadores.

Estavam assim já preparados para o encontro com a Rainha dos Anjos!

PRIMEIRA APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

13 de Maio de 1917

Um dos mais marcantes fatos de nossos tempos deu-se no começo do século XX, no dia 13 de maio de 1917, quando Nossa Senhora se manifestou aos três pastorinhos, pedindo orações e sacrifícios em reparação pelos pecados cometidos contra Deus e pela conversão dos pecadores. Recomendou também que rezassem o Terço todos os dias.

Naquela manhã de domingo, 13 de maio, depois de assistirem à Missa na igreja de Aljustrel, onde moravam, saíram em direção à serra com seu pequeno rebanho de ovelhas. Lúcia disse em tom categórico:
— Vamos para as terras de meu pai, na Cova da Iria.

Obedecendo, os outros tocaram as ovelhas, e lá se foram pela Serra de Aire.
Por volta do meio-dia, após terem tomado seu lanche e rezado o Terço, conforme o pedido que o Anjo lhes havia feito, de súbito, as três crianças viram como que um clarão de relâmpago, que as surpreendeu. Olharam para o céu e, depois, umas para as outras: ficaram mudas e pasmas, pois o horizonte estava limpo e sereno. Que seria?

Lúcia, então, ordenou:
— Vamos embora, que pode vir trovoada.
— Pois vamos – disse Jacinta.

A meio caminho, viram um segundo relâmpago. Com redobrado susto apertaram o passo, continuando a descer. Porém, mal haviam chegado ao fundo da Cova da Iria pararam, confusos e maravilhados: ali, a curta distância, sobre uma carrasqueira de pouco mais de um metro, aparecia-lhes a Mãe de Deus.

Segundo as descrições da Ir. Lúcia, era “uma Senhora, vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente”. Seu semblante era de inenarrável beleza, nem triste, nem alegre, mas sério, talvez com uma suave expressão de ligeira censura. O vestido, mais alvo que a própria neve, parecia tecido de luz. Tinha as mangas relativamente estreitas e era fechado ao pescoço, descendo até os pés, os quais, envolvidos por uma tênue nuvem, mal eram vistos roçando as folhas da azinheira. Um manto lhe cobria a cabeça, também branco com bordas de ouro, do mesmo comprimento que o vestido, envolvendo-Lhe quase todo o corpo. As mãos, as trazia juntas a rezar, apoiadas no peito; da direita pendia um lindo rosário de contas como pérolas brilhantes, do qual pendia uma Cruz de intensa luz prateada. Seu único adorno era um delicado colar de ouro, de pura luz, que Lhe caía sobre o peito, do qual pendia uma pequena esfera do mesmo metal, quase à altura da cintura.

Diante da admiração respeitosa dos pastorinhos, a Santíssima Virgem lhes disse com suave bondade, segundo o relato da Ir. Lúcia:
“— Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.
“— De onde é Vossemecê? – Lhe perguntei.
“— Sou do Céu.
“— E que é que Vossemecê me quer?
“— Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora.
Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez.
“— E eu também vou para o Céu?
“— Sim, vais.
“— E a Jacinta?
“— Também.
“— E o Francisco?
“— Também, mas tem que rezar muitos Terços.
“Lembrei-me então de perguntar por duas raparigas que tinham morrido há pouco. Eram minhas amigas e estavam em minha casa a aprender a tecedeiras com minha irmã mais velha.
“— A Maria das Neves já está no Céu?
“— Sim, está.
“Parece-me que devia ter uns dezesseis anos.
“— E a Amélia?
“— Estará no Purgatório até o fim do mundo.
“Parece-me que devia ter de dezoito a vinte anos.

“— Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?
“— Sim, queremos.
“— Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.
“Foi ao pronunciar estas últimas palavras (a graça de Deus, etc.) que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente que nos vemos no melhor dos espelhos. Então, por um impulso íntimo também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente:
“— Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento.
“Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou:
“— Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.
“Em seguida, começou-Se a elevar serenamente, subindo em direção ao nascente, até desaparecer na imensidade da distância”.
A Celeste Mensageira havia produzido nas crianças uma deliciosa impressão de paz e de alegria radiante. De tempos em tempos, o silêncio em que tinham caído era cortado por esta jubilosa exclamação de Jacinta:
— Ai! Que Senhora tão bonita! Ai! Que Senhora tão bonita!
Nesta, como nas outras aparições, a Virgem Santíssima falou apenas com Lúcia, sendo que Jacinta só via e ouvia o que Ela dizia. Francisco, entretanto, não A ouvia, mas somente A via.
Quando as duas meninas lhe relataram o que Nossa Senhora disse a respeito dele, ficou muito contente e, cruzando as mãos acima de sua cabeça, exclamou em alta voz:
— Ó minha Nossa Senhora! Terços digo eu quantos Vós quiserdes!
Aquela Senhora tão bonita, como dizia Jacinta, não deu nenhuma ordem para as crianças manterem sigilo sobre a aparição. Mesmo assim, fizeram um “pacto infantil” de segredo, resolvendo não contar nada a ninguém, tal como haviam feito quando o Anjo lhes aparecera.
Como sabemos, crianças não são boas para guardar segredo… e Jacinta tão logo se encontrou com a mãe, correu para contar-lhe o que tinha ocorrido na Cova da Iria.
Mas esta não lhe deu nenhum crédito e julgou tratar-se de imaginação infantil.
Mais tarde, durante o jantar com toda a família reunida, Jacinta tornou a contar sua história, deixando seu irmão Francisco numa situação bem difícil. Por um lado, não queria mentir e, por outro, não queria quebrar a promessa feita à prima Lúcia. Optou por ficar em silêncio.
Porém, ao ser interrogado pelo pai, o qual sabia ser o filho incapaz de mentir, não restou outra saída senão confirmar o que Jacinta acabava de contar.
Foi impossível evitar que a notícia corresse por toda a parte.

SEGUNDA APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA

13 de Junho de 1917

Por ocasião da segunda aparição, Nossa Senhora revela que levaria em breve Jacinta e Francisco, mas Lúcia ficaria por mais algum tempo, sendo instrumento para tornar Nossa Senhora mais conhecida e amada. Revelou também o desejo de seu Divino Filho de se estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração d’Dela.

No dia 13 de junho, muitos devotos e curiosos compareceram ao local da aparição.

Era por volta de cinquenta o número de pessoas.
Depois de rezarem o Terço, uma moça pediu que se recitasse também a Ladainha da Santíssima Virgem. Lúcia, entretanto, disse que não daria mais tempo. A luz, que elas chamavam de relâmpago, começava a aparecer.

As crianças se ajoelharam perto da azinheira e ali pousou Nossa Senhora, como no mês anterior.

Ir. Lúcia assim transcreve o diálogo:
“— Vossemecê que me quer? – perguntei.
“— Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o Terço todos os dias e que aprendais a ler. Depois direi o que quero.

“Pedi a cura dum doente.
“— Se se converter, curar-se-á durante o ano.
“— Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu.
“— Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo.

Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a aceita, prometer-lhe-ei a salvação e estas almas serão amadas de Deus, como flores colocadas por Mim para enfeitar o seu trono.

“— Fico cá sozinha? – perguntei, com pena.
“— Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.
“Foi no momento em que disse estas últimas palavras, que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco pareciam estar na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um Coração cercado de espinhos que pareciam estar nele cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação”.

A Senhora, então, começou a Se elevar acima do arbusto e, subindo suavemente pela luminosa estrada que seu incomparável brilho parecia abrir no firmamento, até desaparecer.

Lúcia gritou aos circunstantes:
— Se A querem ver, olhem… vai além…
Desaparecida por completo a visão, Lúcia exclamou:
— Pronto! Agora não se vê mais, já entrou no Céu e se fecharam as portas.

O público ali presente, embora não tivesse visto Nossa Senhora, compreendeu que acabava de se passar algo de extraordinário e sobrenatural. Várias pessoas começaram a tirar raminhos e folhinhas da copa da azinheira, mas logo foram advertidos por Lúcia que colhessem apenas os de baixo.

No caminho de volta para casa, todos iam rezando o Terço em louvor à augusta Senhora que Se dignara descer do Céu até aquele perdido recanto de Portugal.