Preconceito – fé – razão.

Preconceito – fé – razão.

A interação social entre os seres humanos fez surgir as diversas culturas, ou seja, o conjunto de costumes e tradições de um povo os quais são transmitidas de geração em geração.

O sentimento de pertencimento surge então, a partir das experiências que os seres humanos desenvolvem durante sua vida social, o local, a história, a religião, os costumes, de tais civilizações formam “o bem cultural” deste povo, “um bem, material ou não, significativo como produto e testemunho de tradição artística e histórica, ou como manifestação da dinâmica cultural de um povo ou de uma região, podem-se considerar como bens culturais obras arquitetônicas, plásticas, literárias, musicais, conjuntos urbanos, sítios arqueológicos, manifestações folclóricas, etc. Entendendo este conceito, fica claro que existem várias identidades culturais no mundo, sobretudo no Brasil.

É extremamente importante valorizar e propagar de geração em geração esta enculturação, valorizar a história familiar, acervos, saber a origem, gerar afinidade com o patrimônio sócio-cultural da base histórica de cada pessoa. Perguntas como: quem eram meus antepassados? No que acreditavam? Dá margens para respostas importantes visto que carregamos a história sobre os ombros, inevitavelmente o que somos hoje, é herança, em todos os sentidos, especialmente a herança cultural religiosa de um povo.

Veja as manifestações de adoração a Jesus Cristo por sua Paixão, Morte e Ressurreição em todo período quaresmal e Pascal, as procissões, o rito, a participação nestas diversas reuniões religiosas são carregadas de valores éticos e sociais e geram nos indivíduos: compromisso, respeito, interação social, e diversos outros bens no âmbito espiritual.

Assim como os cristãos têm sua prática cultural, o Brasil é rico em sua diversidade cultural e religiosa, étnica e racial e existe uma necessidade cada vez maior de todos os cidadãos preocuparem-se com questões sobre racismo, preconceito e discriminação.

“Posso não concordar com tudo, mas, não tenho o direito de destruir com minhas palavras e crenças.”

Outro âmbito desta questão, é a desigualdade social, que torna-se uma arma nas mãos de quem deseja destruir através do preconceito. Termos como: “preto-pobre”, “crente-cretino”, “gorda-feia”, estão nos lábios de muitas crianças, fala-se tanto em impacto racial, racismo, mas, sinceramente, uma criança repete na rua, aquilo que ouve em casa. O termo “preto-pobre”, por exemplo, tem peso racista, em étnico, social em diversos sentidos, quer dizer que todas as pessoas de cor negra são pobres e que todo pobre é preto, e que o pobre é um perdedor, um desgraçado, a palavra pobre, significa um xingamento? É triste analisarmos os efeitos psicológicos tanto de quem fala, quanto de quem ouve uma frase destas, carrega-se ódio, ressentimento, dor, exclusão, e tantos outros sentimentos e enraizamentos negativos e o pior é que quanto mais os meios de comunicação se ampliam, mais é fácil expor abertamente uma ideia, e uma ideia, não é um conceito. Vemos redes sociais impregnadas de publicações e comentários denegritórios e as razões são as máximas possíveis, preconceito racial, religioso, contra a mulher, a aparência, etc.

Um grande passo para a transformação, é gerar uma consciência de amor mútuo, onde veremos que a diversidade dos dons, das culturas, dos valores, trazem benefícios a todos, que é preciso respeitar, amparar, partilhar.

Quando todos os indivíduos olharem suas realidades de vida e perceberem que ninguém é perfeito, todos erramos, todos necessitamos perdoar e dar perdão, todos temos valor, todos temos defeitos.

Jesus Cristo, na parábola do bom samaritano,  quis ensinar para um judeu o que era o amor ao próximo, o que ele tinha em alvo, principalmente, era derrubar a barreira preconceituosa e religiosa que havia da parte dos judeus em relação aos samaritanos, essa história perpetua de geração em geração, pois no final de tudo, só o que restará, é o amor, tudo em volta, é teoria.

A fé é uma firme aliada nessa frente tão importante que é romper com todo preconceito.

Preconceito nada mais é do que expor a realidade de que eu me sinto melhor do que o outro! A fé em Jesus Cristo nos faz entender que todos somos um, somos iguais, pertencemos ao mesmo corpo, onde Cristo é a cabeça!

Vejo tantas discussões acerca deste assunto mas ninguém convence ninguém, porque até no processo de sua resolução há aqueles que julgam suas opiniões melhores do que as dos outros e não abrem mão de si para ouvir com o coração o que o outro está gritando!

Giuliane Matos

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