Comemoração de todos os fiéis defuntos

Comemoração de todos os fiéis defuntos

Comemoração de todos os fiéis defuntos

Logo após a celebração de Todos os Santos (01 de Novembro), celebramos a memória de todos os fiéis defuntos (02 de Novembro), estas celebrações nos aproximam da realidade eterna. Todos vamos morrer, mas não é a primeira morte (a do corpo) que mais deve ter nossa atenção, é a segunda, o perigo de morrer a nossa alma na condenação eterna.

Uma coisa é muito importante saber: Deus quer salvar a todos e em Jesus Cristo adquiriu, pelo preço de seu Sangue, a nossa salvação eterna pois por nossos méritos isso seria impossível.

Mas tantos antes de nós já entregaram suas vidas e não podemos imaginar onde estão as suas almas, céu? Inferno? Purgatório? Quem poderia dizer?

Então, o nosso dever como bons católicos, é rezar pelas almas dos nossos irmãos que se encontram no Purgatório, onde esperam o dia em que, purificados de suas culpas, poderão associar-se à assembleia dos santos nos céus.

A Igreja nos ensina que todo homem logo após a morte recebe de Cristo, num juízo particular, a sentença definitiva sobre o seu destino eterno: ou a salvação no céu ou a condenação no inferno.

Acontece, porém, que muitos dos que se salvam (ou seja, que são admitidos à glória do céu) não se encontram em estado de perfeita santidade na hora da morte e, por isso, não estão ainda em condições de entrar céu. A Palavra de Deus nos ensina: “não entrará nada impuro nem profano” (cf. Ap 21, 27).

Por causa disso, Deus institui um lugar de purgação, o purgatório (que purga, limpa, purifica; purificatório, expiatório, lugar de penitência, lugar onde as almas dos que cometeram pecados leves acabam de purgar suas faltas, antes de ir para o paraíso) e  os fiéis que já estão salvos podem purificar-se, mediante o sofrimento, das culpas e imperfeições que ainda lhes restam.

E nós, podemos oferecer a essas almas pobres e ao mesmo tempo benditas uma série de socorros espirituais, tanto para lhes aliviar o sofrimento como para lhes encurtar o tempo de purificação, é tão simples, por meio de orações e pequenas obras de caridade e pelas inúmeras indulgências que em proveito delas a Igreja nos concede.

As almas do Purgatório padecem dores cruciantes pela sede do Deus a quem tanto querem ver, pela dor de não terem ido ainda para o céu por causa das suas escolhas e decisões, precisamos ajudá-las, com as nossas orações, é um dever de justiça e caridade para com os fiéis defuntos. Peçamos ao Deus de misericórdia que as nossas humildes preces sejam úteis às almas dos seus servos falecidos, a fim de que se vejam livres o quanto antes de todos os seus pecados e possam repousar no lugar da paz e do eterno descanso.

 

Como surgiu a Comemoração dos Fiéis Defuntos?

A Santa Igreja tem uma liturgia especialmente dedicada aos defuntos. A Santa Missa ocupa aqui o lugar principal, como se fôra o centro divino ao redor do qual orbitam todas as outras orações e cerimônias. No dia seguinte à Festa de Todos os Santos, na grande solenidade de todas as almas benditas, todos os sacerdotes devem oferecer aos mortos o Santo Sacrifício (a Santa Missa), ao qual os fiéis, por sua vez, consideram um dever assistir, além de oferecer comunhões, orações e esmolas em sufrágio dos irmãos que sofrem no Purgatório.

A celebração dos fiéis defuntos, porém, é de origem relativamente recente. A Igreja, desde as suas origens, sempre rezou por seus filhos falecidos, entoando salmos, recitando orações e oferecendo a Santa Missa pelo repouso de suas almas. Contudo, não houve no passado nenhuma celebração destinada particularmente a pedir a Deus o descanso dos fiéis defuntos em geral. Com efeito, foi apenas no séc. X que, sempre guiada pelo Espírito Santo, a Igreja instituiu a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, como forma de estimular-nos a cumprir o grande dever que é rezar pelo mortos, dever prescrito pela caridade cristã. O berço em que nasceu esta comovedora solenidade foi a Abadia de Cluny. Santo Odilo, abade de finais do séc. X, com o exemplo de sua caridade fraterna edificou toda a França. Compadecido até mesmo dos mortos, ele não cessava de rezar pelas almas do Purgatório. Foi esta doce caridade que o inspirou a instituir, tanto na abadia como nos mosteiros dela dependentes, uma festa em comemoração das almas de todos os falecidos.

É de crer, escreve o historiador Berault, que Santo Odilo tenha sido levado a isso por uma revelação privada, já que Deus lhe manifestou milagrosamente como lhe era grata a sua devoção às almas do Purgatório.

Eis o que nos contam alguns biógrafos. Enquanto o santo abade governava o mosteiro francês, um piedoso eremita vivia numa pequenina ilha, na costa da Sicília. Um peregrino francês, devido a uma forte tempestade, se viu obrigado a desembarcar ali. Encontrando-se com o eremita, este lhe perguntou se conhecia o abade Odilo. “É claro”, respondeu o peregrino, “eu o conheço, e muito me alegro por isso. Mas como tu o conheces, e por que me perguntas isso?” “Já ouvi muitas vezes”, disse o eremita, “os espíritos malignos se queixarem de homens piedosos que, com preces e esmolas, aliviam a dor que têm de suportar na outra vida as almas santas; mas eles se queixam especialmente de Odilo, abade de Cluny, e de sua Ordem. Quando voltares ao teu país, eu te imploro, em nome de Deus, que exortes este santo abade e seus monges a redobrarem suas boas obras, em benefício das pobres almas do Purgatório”.

O peregrino, então, se recolheu no mosteiro de Cluny e fez o que lhe havia pedido o eremita. Logo em seguida, Santo Odilo ordenou que em todos os mosteiros da Ordem, após o Dia de Todos os Santos, se comemorassem todos os fiéis defuntos, com a récita das Vésperas no dia anterior. Na manhã da festa, durante as Matinas, deveriam soar todos os hinos, e uma Missa seria rezada pelo descanso eterno das almas benditas.

Esse decreto, válido para a abadia de Cluny e outros mosteiros, é observado até hoje. Uma prática tão piedosa, naturalmente, logo se estendeu a mais igrejas e, com o passar do tempo, tornou-se de observância universal em todo o orbe católico.

Que a Santa Mãe de Deus rogue por nós!

 

Referências: Site Padre Paulo Ricardo, Sagrada Escritura, Catecismo da Igreja Católica.

 

Giuliane Matos

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